Memphis chegou, o problema do ataque está resolvido?

11/09/2024

Apesar de um excelente jogador, que já me deixou iludido em termos de futuro, precisamos tomar cuidado


Que Memphis Depay é um daqueles jogadores fora da curva não é mistério, porém ainda estou esperando para ver como o Ramon vai escalar o time com ele. 

Visto o cenário atual do time, tema que falei sobre no último post, nosso time tem jogadores sendo utilizados em posição errada. Espero que não seja a mesma coisa agora com Memphis, que não é um centroavante "clássico", aquele jogador de referência, assim como Yuri Alberto não é.

Se cairmos no mesmo erro que o Yuri Alberto, daqui 2 meses a torcida vai chamar o Memphis de carniça se não marcar gols. Claro que são muitas as diferenças e acredito que o Memphis pode superar muitas das dificuldades que o Yuri Alberto tem hoje, mas é fato que as peças precisam ser escaladas nos lugares que corretos e quando isso não acontece, as chances de que elas não rendam o esperado são altíssimas.

Pensando numa escalação "ideal", eu gosto do time com 3 zagueiros, dando mais liberdade para os pontas e até mesmo, tirando aquela obrigação de termos efetivamente laterais atuando pelas alas.
Sinceramente, eu acredito que ganharíamos mais se jogássemos sem laterais nas pontas, visto que com exceção ao Fagner, as opções que temos para as laterais estão muito abaixo e não conseguiram entregar o "pacote completo", salvo alguns destaques em determinados critérios aqui e acolá, não apresentam tudo o que se espera na posição, especialmente um fator que considero crucial para um lateral, o cruzamento. Lateral que não tem um bom aproveitamento em cruzamentos (e aqui estou falando de bolas boas, que o time conseguiu criar alguma chance), é como um centroavante que não finaliza.

Sendo assim, eu vejo que poderíamos abrir mão dos laterais para tentar usar os pontas que temos no plantel (sejam meia atacantes ou pontas).
Se pudesse escalar o time, baseado nos novos reforços, minha escalação seria:


Em termos práticos, é uma escalação no 3-5-2, porém em campo você movimenta as peças atuando de forma distinta.

Numa situação de ataque, por exemplo, podemos ter Raniele e Martinez centralizados, cobrindo as costas dos meias, já Garro mais centralizado na criação, com Talles e Carrillo fazendo as pontas. Memphis fazendo um segundo atacante flutuando e Hector Hernandez fixo como jogador de referência, basicamente um 3-2-1-3-1.

Sendo que ainda em uma situação de ataque pressão, o time pode contar com Raniele e Martinez alterando no efeito surpresa, além de ajudar a segurar possíveis contra-ataques do time adversário em uma eventual roubada de bola.

Durante o jogo, à depender da necessidade de resultado, pode se pensar em um 3-4-3, sacrificando um dos volantes (no momento eu tiraria o José Martinez) e colocando Yuri Alberto, Romero ou Pedro Henrique.
Eu, honestamente, acho que o Yuri pode ganhar muito atuando ao lado do Memphis e em uma posição que, como falei no post anterior, é mais a sua praia.

Pode jogar em um 4-3-3, aí sim escalando laterais para formar a zaga junto com Cacá e André Ramalho, no meio Carillo, Raniele e Garro e na frente Yuri, Memphis e Hector Hernandez.

Enfim, tirando o paralelo que é a questão "Como um clube endividado vai pagar", o Corinthians tem um time mais encorpado e opções para formar times mais dinâmicos e responder as diversas situações que ocorrem durante o jogo, basta que ao menos agora, as peças sejam escaladas nas posições certas.

É como uma partida de xadrez, não adianta querer vencer colocando o rei no lugar do peão.